Presidente diz que ministro tem direito de se defender e que eles vão ter reunião na segunda-feira.
O Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, disse ontem (02) que conversará com o Ministro das Comunicações (UNIÃO BRASIL) e que ela deixará o cargo, se não consegui provar a sua inocência.
“Eu tentei essa semana conversar com o Juscelino, o ministro Juscelino está viajando, está no exterior a serviço do ministério, discutindo num encontro de telecomunicações. Eu já pedi para o [ministro da Casa Civil] Rui Costa para convocar ele para segunda-feira para a gente ter uma conversa porque ele tem direito de provar sua inocência. Mas se ele não conseguir provar sua inocência, ele não pode ficar no governo. Eu garanto a todo mundo a presunção de inocência”, afirmou Lula.
Desde que assumiu, Juscelino tem enfrentado acusações que vão de ocultação de patrimônio a uso do orçamento secreto para beneficiar uma propriedade de sua família. Parlamentares da base falam em fritura por parte do próprio União Brasil, que estaria de olho nessa vaga, enquanto petistas, com indiferença, dizem que as denúncias não atingem o governo.
DO QUE JUSCELINO É ACUSADO?
Direcionar R$ 5 milhões do orçamento secreto para asfaltar uma estrada de terra que passa em frente a oito fazendas da sua família, em Vitorino Freire (MA), onde a irmã é prefeita. Ele justificou que fazendas são cercadas por “inúmeros povoados” e que acusações são “levianas”. Ocultar patrimônio de pelo menos R$ 2,2 milhões em cavalos de raça ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na declaração de bens em 2022. Procurado, o ministro ainda não se pronunciou. Usar avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para ir a São Paulo em uma viagem que justificou como urgente, mas que teve maior parte do tempo dedicada a leilões de cavalo.
Entre 26 e 30 de janeiro, seus compromissos oficiais duraram duas horas e meia. Após as denúncias, ele devolveu o valor das diárias. Usar uma lista falsa de passageiros em viagem de helicóptero para prestar contas ao TSE, com R$ 385 mil gastos do Fundo Eleitoral com sua campanha. A defesa disse que “todos os voos foram feitos em prol da campanha eleitoral”. Os casos começaram a aparecer no meio de fevereiro, após denúncias do jornal O Estado de S. Paulo
OUTRO PROBLEMA
Durante a entrevista, Lula também falou sobre o caso da ministra do Turismo, Daniela Carneiro, a Daniela do Waguinho. A proximidade de Daniela e seu marido, o prefeito de Belford Roxo, Wagner Carneiro (União Brasil), o Waguinho, de suspeitos, réus e condenados por ligações com grupos paramilitares da Baixada Fluminense, foram expostas em fotos nas primeiras semanas do governo do petista.
Lula afirmou que o caso da ministra e de Juscelino são distintos. ” A Daniela é diferente, a Daniela você pega uma fotografia de alguém em cima de um caminhão com ela em cima de um palanque. Você não pode condenar uma pessoa porque está em cima de um palanque com alguém indesejável”, disse o presidente.
O petista afirmou também acreditar que o caso não seja “maior do que isso (as fotos)”. Segundo Lula, “se aparecer evidência que seja, sairá do governo”.
“Eu tenho uma gratidão pela Daniela, porque a Daniela foi a única deputada da Baixada Fluminense que me apoiou de verdade. Ela e o marido dela. E pagaram um preço muito caro ao governo anterior por terem me apoiado. Perseguição, xingamento na porta de casa, ele teve que mudar até de cidade para dormir”, disse. “Então, eu tenho que ter esse respeito e essa consideração.”